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quarta-feira, 3 de agosto de 2016

A cultura condenatória

Essa cultura condenatória, que começa nas polícias e atinge em cheio o Ministério Público e o poder judiciário, contamina e termina por aniquilar qualquer sociedade minimamente democrática.

A cultura do medo, implementada à partir do modelo conceitual do eixo do mal, fortaleceu os institutos de controle ao ponto de extrapolarem o poder delegado, organicamente limitado pelas leis.

Ao superdimensionar suas atribuições de controle, passam a serem institutos meramente de repressão, no modelo fascista, sem controle social, ou pelos limitadores legais.

Arbitrários, ilegais, aéticos, injustos.

Mas, quem confere esse poder extravagante que extrapola qualquer limitação legal?

Resposta: os próprios poderes escolhidos diretamente pelo povo; os poderes legislativo e executivo.

Isso denota a falência completa da democracia.

O poder legislativo, preso às amarras dos seus financiadores, já não consegue elaborar leis que regulem as relações sócio-econômicas da sociedade.

O poder executivo limitado pela leniência do legislativo não consegue governar.

Então, dentro do seu vazio institucional, legislativo e executivo aceitam a proeminência do aparato policial/judicial para manter o ordem social não pelo equilíbrio das relações, mas pela repressão. Nada distante das sociedades fascistas.

Os estudiosos já previam o surgimento de um judiciário com mais ativismo.

Só esqueceram que poder sem o controle direto da sociedade via o sufrágio universal, daí o voto ser considerado o mais importante instrumento das democracias, perde-se em excessos, anunvia a lógica do equilíbrio, e desemboca em formas totalitárias.

Não é à toa que os constituintes em seus estudos, atribuíram logo no primeiro artigo da Constituição,

Art. 1°...
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

Para lembrar, alguns democracias mais avançadas estabelecem o voto direto para algumas instâncias do Judiciário.

Logo, esse ativismo constitui usurpação de poder.

Mais grave ainda, destrói os princípios democráticos, tirando o poder daqueles escolhidos diretamente pela sociedade (legislativo e executivo) minando o equilíbrio institucional e substituindo a segurança a ele incumbido, pela insegurança da sociedade.

A desarrumação da democracia,  a deturpação da função pública, essencial em qualquer sociedade, foi exaustivamente propagandeada pela mídia, e as consequências nefastas começam a aparecer. Sobre o papel manipulador da imprensa:

http://assisprocura.blogspot.com.br/2013/07/a-grande-imprensa-e-o-seu-papel.html?m=1

Entramos, definitivamente, em uma era totalitária, magnificamente antevista por Orwell no seu livro "1984", publicado em 1949) e por Huxley no livro "Admirável Mundo Novo" publicado em 1932, redimidos pelo imperdível estudo de Chris Hedges:

https://assisprocura.blogspot.com.br/p/orwell-estava-certo-huxley-tambem.html?m=0

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