A inesperada aliança ocorrida no dia de ontem promete mudanças no
tabuleiro da política e torna mais apimentadas as expectativas dos
próximos lances das candidaturas.
A diminuição do número de candidatos à presidência da República anima
a possibilidade de uma reeleição de Dilma logo no primeiro turno,
aciona o sinal de alerta das oposições o que poderá provocar a alteração
dos candidatos no tabuleiro.
O primeiro impacto de tal aliança é o enfraquecimento da já abalada
candidatura de Aécio Neves o que reacende as esperanças de Serra para
que o PSDB, mais uma vez, consagre o seu nome como postulante à
presidência da República. Á candidatura de Aécio se mostrou fragilizada
desde o seu início quando em todas as pesquisas o seu nome ficou atrás
de Dilma e de Marina.
Serra se diverte e sabe que tanto a maior fragilização do nome de
Aécio quanto a aliança Campos/Marina que desagrada ao PPS levará as
forças da direita a exigir um candidato “mais aguerrido”, além do que
voltará a ser lembrada a importância de uma candidatura do PSDB
originária de São Paulo que detém 25% do eleitorado brasileiro.
O segundo impacto é que Campos ganha com a entrada de Marina na sua
chapa presidencial um discurso mais palatável à classe média. Se antes o
seu discurso neoliberal de gestão e enxugamento da máquina pública
agregava alguns setores, estes são ampliados com o discurso
“ecoliberal”, de “desenvolvimento sustentável”, de Marina tão agradável
aos ouvidos nos jovens da classe média.
Em um mundo onde faltam ideologias claras este discurso da chapa
Campos/Marina tem a possibilidade de agregar amplos espectros da
política, tanto à esquerda, quanto à direita, passando pelo centro. Essa
falta de clareza é o que possibilita o surgimento da chamada “terceira
via”, estranha figura concebida pelo “mainstream” para capturar de volta
o Estado quando este se encontra governado por forças que inserem parte
da população esquecida nos ditames democráticos e amplo apoio da
população.
É esse maquiavélico discurso da “terceira via” que possibilita a
união de esquerda e direita para tentar ganhar eleições frente à
governos de amplo apoio popular de implantações de mais direitos e
amparos sociais.
Portanto, a união de Campos/Marina forma uma forte chapa para 2014,
tanto do ponto de vista do marketing, quanto por procurar representar a
juventude num quadro de esgotamento da polarização PT/PSDB.
Mesmo com todas essas possibilidades a candidatura Dilma tem
reais chances de vitória no primeiro turno. Já era assim, conforme
pesquisas recentes, quando Marina ainda aparecia como possível
candidata. O que ainda falta para consolidar definitivamente esta
tendência de vitória esmagadora é um programa mais ousado, que enfatize
mais a mudança que a continuidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário